Na tarde de sexta-feira, 13/08, aconteceu a palestra “Estimativas de Safra e Estiagem em Santa Catarina – A Plataforma BoaVista no suporte à Gestão Pública dirigida por dados”. O palestrante e analista de Dados do CIASC, José Da Silva Junior, apresentou uma solução para fazer projeções de safras agrícolas de milho, desenvolvida pelo Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC). A atividade foi voltada para o público interno e convidados e marcou as comemorações pelo aniversário de 46 anos da empresa.
O presidente, Sérgio André Maliceski, fez a abertura do evento, parabenizando todos os funcionários pelo aniversário da empresa. Também relembrou conquistas, avanços e investimentos realizados e que resultaram na consolidação do CIASC dentro do estado de Santa Catarina. “Somos uma única empresa e, entendendo isso, seremos cada vez mais fortes”, concluiu.
O palestrante, José Da Silva Junior, começou sua fala mencionando a importância dos investimentos e dos esforços de trabalho das equipes para o crescimento do CIASC e o sucesso de projetos como o de estimativas de safra e estiagem. Na sequência, apresentou a solução que permite criar projeções para o futuro com Inteligência Artificial (IA) e faz parte do Sistema Integrado de Informação Agropecuária (SIIA), uma extensão da plataforma BoaVista que permite ao governo integrar as informações.
A iniciativa conta com a parceria do Grupo do Laboratório de Climatologia Agrícola (Labclimagri), do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), que tem realizado pesquisa e divulgação científica sobre a metodologia e os resultados das análises. Ainda, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (EPAGRI/CIRAM), que disponibiliza e valida os dados meteorológicos, e do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (EPAGRI/CEPA) na validação dos resultados e desenho do projeto.
O sistema utiliza modelagem especializada em climatologia agrícola para estabelecer estimativas de safra e estiagem, que podem auxiliar no monitoramento e na tomada de decisão da administração pública dirigida a esse setor produtivo. A Produtividade, que considera a quantidade da cultura por área plantada, e o Balanço Hídrico Sequencial, que compreende indicadores como excesso e déficit de água, estão entre os conceitos importantes para compor os conjuntos de algoritmos do sistema e gerar as estimativas necessárias a diversos agentes de mercado que têm no milho um recurso fundamental para diversos índices de mercado.
A apresentação trouxe o exemplo do sistema aplicado no município de Campos Novos, o maior produtor de milho no Estado de Santa Catarina, com a safra de milho 2020/21. No exemplo explicitado, a solução apresentou a estimativa de produtividade de 10.550 kg/ha. O levantamento pós-cultivo foi de 9.900 kg/ha para o município de Campos Novos na última safra. Os dados indicam que a previsão estava 93,5% apurada. “Os resultados obtidos indicam a consistência da solução. É uma estimativa muito boa, porque, na previsão, não estão modeladas as perdas, por exemplo, no manuseio e processamento inicial do grão”, explicou José. A cultura de milho foi escolhida em razão da importância econômica para o estado, com 560 mil hectares cultivados e dois milhões de toneladas produzidas na safra 2020/21, segundo dados do Infoagro.
A expectativa é ampliar o uso da solução automatizada e inteligente para outros municípios, chegando a todo o estado, bem como incluir outras culturas que são produzidas. Além disso, existe a possibilidade de implementar tecnologias como uso de drones, para agregar soluções que complementem os resultados do sistema.